Planejamento de layouts de loja que maximizam o espaço
Embora o setor de varejo esteja em plena transformação devido aos avanços tecnológicos, os principais objetivos de uma estratégia sólida de varejo não mudaram: agregar valor na cadeia de suprimentos e criar uma experiência única para o cliente.
O renascimento das lojas de varejo - após anos de ruptura digital e desafios econômicos - é possível graças a estratégias que unem o ambiente digital e físico, capturando a atenção sobrecarregada dos consumidores de hoje.
Por isso é fundamental entender o comportamento do cliente e como influenciá-lo com um layout de loja bem planejado.
O que é um layout de loja de varejo?
Layout de lojas de varejo, físico ou digital, é o uso estratégico do espaço para influenciar a experiência do cliente, já que a maneira como os clientes interagem com a mercadoria afeta seu comportamento de compra.
O layout interno de uma loja de varejo tem dois componentes importantes:
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Design da loja
O uso de plantas baixas estratégicas e gerenciamento de espaço, incluindo móveis, vitrines, acessórios, displays, expositores, adesivos decorativos, iluminação e sinalização.
Fluxo do cliente
O fluxo do cliente pode ser definido como o padrão de comportamento e a maneira como o consumidor transita pelo espaço. Compreender esse conceito é fundamental para a estratégia de gerenciamento de varejo.
Para descobrir qual fluxo o cliente percorre dentro de um espaço comercial, a análise de vídeos e sinais de wi-fi são algumas estratégias.
Alguns fatores externos também influenciam no fluxo do cliente:
Localização geográfica da loja / imóvel
Tamanho do prédio e vias que dão acesso às portas de entrada e saída
Estilo de arquitetura do edifício comercial
Cores e materiais utilizados na construção do espaço
Projeto da entrada física e vitrines externas
É essencial entender o fluxo do cliente e seus padrões em ambientes específicos para então otimizar a experiência e planejar um layout estratégico da loja.
Varejistas, consultores, planejadores de lojas, designers de interiores e arquitetos usam uma variedade de plantas e conceitos para influenciar o fluxo e o comportamento do cliente. Porém, essas estratégias estão ao alcance de todos.
Para isso, é necessário seguir alguns passos fundamentais.
O primeiro andar
De acordo com uma pesquisa realizada por Claus Ebster - presidente da Market Mentor, os clientes preferem manter-se no piso na qual acessaram o espaço, sem que haja a necessidade de subir e descer escadas ou usar elevadores e escadas rolantes.
Um outro dado importante observado por Ebster é que consumidores tendem a associar plantas de piso único como lojas mais populares, enquanto as de dois ou mais pisos como de elitizadas.
Portanto, antes de escolher o imóvel, é necessário considerar o posicionamento da marca, tipos de produtos comercializados e, principalmente, o target. Havendo a necessidade de mais andares, mantenha os itens preferidos dos compradores no primeiro andar, além daqueles com maiores margens de lucro.
O fluxo do cliente
Os padrões de fluxo do cliente variam dependendo do tipo de varejista, do tamanho da loja e do cliente-alvo, portanto é necessário usar a observação para descobrir problemas e oportunidades exclusivas do negócio.
A forma mais eficaz de identificar o fluxo de clientes e as áreas de oportunidade é a gravação de vídeos e a análise de mapeamento de calor. Além disso, é fundamental reservar dias e horários diferentes para estas observações.
Evite a zona de transição
Zona de transição, também conhecida como zona de descompressão, é o espaço logo após a entrada de uma loja.
Paco Underhill, psicólogo especializado em comportamento do consumo acredita que o cliente médio precisa desse espaço para fazer a transição e se familiarizar com o novo ambiente. Isso significa que este deve ser um espaço livre de todo tipo de informação e produtos: mercadorias, sinalização ou informações da marca.
Os clientes precisam de tempo, mesmo que breve, para se ajustar à nova iluminação, cheiros, música e estímulo visual na loja.
Design para navegação mecânica
A próxima etapa vai além da zona de transição e muda o foco em como aproveitar a tendência do cliente de navegar no ambiente de varejo.
A área fora da zona de transição é onde a maioria dos varejistas causa uma primeira impressão. Os clientes sempre viram à direita depois de entrar na loja e continuam seu trajeto no sentido anti-horário.
Embora pesquisadores e profissionais de design tenham explicações diferentes para a reação, em geral, muitos recomendam a exibição de mercadorias de alta margem e informações valiosas apenas à direita da entrada (fora da zona de transição). Underhill popularizou o “direito invariável” e provou a eficácia da técnica com milhares de horas de vídeo.
Remover corredores estreitos
Uma análise repetida de vídeos realizada nos Estados Unidos mostram que - mulheres em particular - valorizam seu espaço pessoal de compras de forma que se for tocado, esbarrado ou interrompido de alguma forma, é provável que saia do corredor e até da loja.
Analisando vídeos de um supermercado, Ebster identificou que menos clientes entram em corredores estreitos em comparação com as mais expansivas e acessíveis. Esses corredores enviam sinais positivos aos clientes e impactam positivamente o fluxo do cliente e a interação com a mercadoria.